terça-feira, 28 de junho de 2011

De quantos “para sempre” uma pessoa é capaz de viver?


Se o “para sempre” fosse realizado, ninguém gostaria de, de fato, vivê-lo. Imagine conviver com algo até o fim de seus dias, sem a mínima possibilidade de viver algo parecido ou completamente diferente em outros momentos de sua vida? Imagine compartilhar de toda essa experiência com uma única pessoa sem a opção remota de conviver e aprender com outros amores? Pois bem, o para sempre não poderia ser realizado, porque se não seriamos obrigados a conviver com algo repetitivamente por todos os dias de nossa vida sem a menor chance de mudarmos e sermos diferentes.
Já pensou também se os sentimentos nunca chegassem ao fim? Se todo amor que você diz sentir nunca esfriasse te privando da alegria de viver outros momentos e outros sentimentos com outras pessoas? Já pensou se nós vivêssemos para sempre? Sempre acreditei que melhor que todos os “meios” de tudo que podemos viver, existe o começo. A dúvida do tempo, a certeza de um início e as descobertas de algo completamente novo. Para que se estagnar na perspectiva de conviver eternamente com tudo exatamente igual? Que graça teria a vida?
Os dias sempre hão de passar de um jeito ou de outro e os milhares de ciclos que nossa vida forma hão de repetir quer você queira ou não. Porque o amor tem seu fim. E tudo isso que a gente vive também vai acabar mais cedo ou mais tarde. Aproveitar o “enquanto dure” é melhor do que concentrar-se no fim ou acreditar que vai ser pra sempre. Porque nunca é.
É para sempre enquanto continuar a existir e virão milhares de outras eternidades por toda sua vida, cada uma com seu tempo e com sua intensidade estabelecida pelo tempo que nosso coração mandar. As coisas mudam, os sentimentos acabam e as pessoas constroem “para sempre” todos os dias. A gente nunca quer que um capítulo se encerre, mas acreditar que continuar parado exatamente no mesmo lugar e na mesma situação seja a melhor saída não é uma opção interessante. E disso a gente sabe.
Vivemos de quantos “para sempre” nosso coração aguentar e nossos sentimentos permitirem. Não fomos feitos para sermos tachados de eternos. Somos feitos para fazer durar e mudar sempre que for necessário. Somos formados de infinitos “para sempre” que terão seus términos definidos assim que nosso inconsciente achar que basta. E ele, você acreditando ou não, sempre sabe a hora de dizer que acabou.

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